Meu Filho Engordou! E Agora?

Os dados são alarmantes, estima-se que uma entre três crianças brasileiras estão acima do peso e isso é o reflexo da explosão da obesidade na população em geral. Lembre-se que por mais que a genética não ajude, a criança vai refletir os hábitos alimentares dos adultos com os quais ela convive.

Por falar em genética, é logico que isso tem relevância, mas o ambiente onde a criança vive é o que vai determinar a expressão para os genes da obesidade. E quando eu falo ambiente, tudo é importante, desde o nível de estresse até o que vai para a mesa.

Quando se trata de crianças, o foco de observação primeiramente deve ser os pais ou os adultos que mais convivem com ela. Saber qual a relação que esses adultos têm com os alimentos é de extrema importância.

Muitas vezes são pais que vieram de lares de extrema privação e pobreza onde o alimento era supervalorizado, onde não se podia estragar comida, onde o alimento era sinônimo de amor, onde após o término da comida no prato a “mãe” muito satisfeita batia palmas e agradava o filho. Todas essas ações por mais sutis que pareçam, marcam a infância e determinam crenças que vão acompanhar a criança pela vida toda e determinar o hábito alimentar.

Muitas crianças enxergam como a única forma de conseguir atrair a atenção dos pais, INCONSCIENTEMENTE, assumi um comportamento compulsivo em relação a comida e gerar uma serie de preocupações e riscos à saúde.

Seja qual for o motivo, doenças hormonais, efeitos colaterais de medicamentos como corticoides, tendências genéticas ou falhas no estilo de vida, a obesidade infanto-juvenil é uma realidade e muitos pais não sabem o que fazer quando se dão conta disso.

Alguns comportamentos dos pais em relação aos filhos, devem ser evitados o quanto for possível:

ANSIEDADE: muitos pais quando se dão conta, perdem a paciência e querem resolver a situação do dia para a noite, impondo metas irreais que só ocasionam frustração. Imagine você que para um adulto não é fácil lidar com metas de emagrecimento, quanto mais para uma criança. Ficar reforçando que a criança está gorda ou que pode adoecer vai ocasionar queda na autoestima e gerar transtornos emocionais.

CHANTAGEM: muitos pais começam a barganhar o emagrecimento dos filhos. Prometem que vão presentear se perder peso, porém essa prática deixa subentendido que vão punir caso não consigam resultados, gerando ansiedade e sentimento de abandono. Lembrem que muitas vezes a criança não tem amadurecimento emocional para não satisfazer as expectativas dos pais.

EXPECTATIVAS: Muito cuidado com elas, a mídia implanta no nosso subconsciente um padrão de beleza altamente irreal e utópico e sem querer ou inconscientemente repassamos aos filhos.

Ter uma autovigilância quando você está no papel de pai e mãe é primordial. A criança necessita de exemplos e congruência. É frequente ver pais que não comem salada, exigirem que os filhos gostem de brócolis. É muito difícil para uma criança fazer dieta em um lar onde no fim de semana, mandam buscar três pizzas de uma vez só, para o jantar e ainda esperam que a criança não sinta vontade de comer.

Assumir uma atitude de estar perto, conversar e saber como a criança se sente? Saber se ela se incomoda? O que a faz comer demais? Participar com ela no processo de emagrecimento é fundamental.

Reconhecer o esforço dela, mesmo que inicialmente seja pequeno, renova a motivação. Pode ser necessário, desviar o foco da comida, incentivando a uma nova atividade, um esporte, um hobbie ou sessões de contos de fadas, enfim, qualquer estratégia que ela se sinta acolhida.

Além disso, avaliar todo o perfil hormonal, investigando a tireoide ou se há alguma alteração dos níveis de glicose, insulina, colesterol e triglicerídeos. O controle destes níveis é fundamental e nem sempre é necessário medicação, mudanças no estilo de vida na maioria das vezes é o suficiente.

Use sua criatividade para incrementar os alimentos saudáveis, incentive seu filho a frequentar a cozinha, quem sabe aulas de culinárias ou vídeos no Youtube sobre alimentação saudável.

Uma paciente minha de 13 anos resolveu fazer um diário da sua trajetória de 12 kg de emagrecimento. Foi o seu fator motivacional primário, descrever uma jornada de sucesso. Viu como pode ser mais fácil do que você imagina? Gostou das dicas?

Abraços,

Dra. Eliza Reis e
Toda Equipe Avantis Clínica.

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